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Pai acusa cia aérea por negligência e diz que funcionário abusou sexualmente de seu filho durante conexão em SP

Um pai americano abriu um processo na Justiça dos Estados Unidos contra a LATAM Airlines nesta segunda (17) afirmando que seu filho de 6 anos sofreu abuso sexual de um funcionário da companhia aérea enquanto fazia escala em São Paulo, em 2018. De acordo com informações do The New York Times, o menino, que tem pai americano e mãe brasileira e possui as duas nacionalidades, estava viajando com o serviço de acompanhamento para  menor, oferecido pela companhia, de Belo Horizonte para Orlando, Flórida, com escala no aeroporto de Guarulhos (SP).

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No processo, segundo o jornal, consta que a mãe do menino o deixou sob a responsabilidade de funcionários da LATAM no aeroporto de Belo Horizonte. Ele estava com os passaportes e todos os documentos necessários para a viagem dentro de uma pasta plástica pendurada em um cordão no pescoço. Em algum momento não especificado, um funcionário da companhia aérea tirou a pasta do pescoço do menino e a colocou dentro da mochila, de acordo com as informações do jornal.

Segundo a Crescer, quando o garoto chegou a São Paulo, teria ficado sob responsabilidade de outro funcionário que, segundo o processo, não foi informado onde os documentos estavam e demorou para encontrá-los. Por causa da ausência de identificação, a Polícia Federal impediu o embarque do menino no voo com destino a Orlando e o funcionário só conseguiu encontrar os documentos quando o avião já havia decolado, de acordo com as informações do The New York Times.

A LATAM decidiu então, segundo o processo, hospedar o menino em um hotel próximo ao aeroporto enquanto quatro funcionários se dividiram em turnos para supervisioná-lo durante as 15 horas seguintes, até o embarque da criança em direção ao destino final. Foi então que um dos funcionários da companhia aérea, de acordo com os acusadores, teria abusado sexualmente da criança.

O processo, citado pelo jornal americano, acusa a LATAM de não oferecer treinamento adequado para seus colaboradores, não minimizar riscos para os passageiros e falhar na supervisão de seus funcionários. “A LATAM, e o setor de aviação em geral, tinham conhecimento real do risco de menores desacompanhados durante escalas longas e de que a negligência no cuidado de menores desacompanhados pode resultar em agressões às crianças”, lê-se no processo.

A reportagem da CRESCER entrou em contato com o escritório de advocacia estadunidense Morgan & Morgan que confirmou estar representando o pai contra a LATAM no caso.

Nossa equipe entrou em contato com o porta-voz da LATAM no Brasil que enviou nota sobre o caso. “A LATAM Airlines Brasil afirma que não foi notificada de nenhum processo judicial.  No entanto, está atenta a qualquer alegação dessa natureza e, desde já, se coloca à disposição para colaborar. Com relação à reclamação de 2018, informa que apurações criteriosas foram realizadas a época e não foram constatados quaisquer dos fatos, além da perda de conexão e atraso na entrega da bagagem do menor”, escreveu a empresa.

E completou: “A companhia conta com equipe altamente qualificada e treinada, e tem protocolos internacionalmente aplicados a seus processos de serviço. Adicionalmente, a empresa tem valores e princípios constantes de seu Código de Conduta e um robusto Programa de Compliance. A LATAM Airlines Brasil informa que repudia veementemente qualquer tipo de violência e adota medidas para assegurar o bem-estar e a integridade dos passageiros. Esse é um valor imprescindível para a companhia, reforçado diariamente em todas as suas operações”.

Foto: Reprodução Google.

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