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João assina carta de governadores contra fala de Bolsonaro sobre morte de miliciano

O governador da Paraíba, João Azevêdo (Cidadania), foi um dos 20 governadores que subscreveram uma carta reclamando da postura do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em relação às investigações da morte do miliciano Adriano da Nóbrega. No documento, divulgado nesta segunda-feira (17), eles afirmam que Bolsonaro se antecipou às “investigações policiais para atribuir fatos graves às condutas das polícias e de seus governadores” e ressaltaram que essas declarações “não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”.

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Segundo o Jornal da Paraíba, Adriano da Nóbrega, ex-capitão do Bope da Bahia, estava foragido há um ano e foi morto durante uma operação da Polícia Militar da Bahia no começo deste mês. Ele foi citado na investigação de “rachadinha” no gabinete do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), na época em que ele ocupava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).No último sábado (16), Bolsonaro disse que a responsabilidade pela morte de Adriano era da PM da Bahia, estado governado por Rui Costa (PT).

Em nota, o presidente afirmou que o caso é semelhante “à queima de arquivo do ex-prefeito Celso Daniel, onde seu partido, o PT, nunca se preocupou em elucidá-lo, muito pelo contrário”.Nesta terça-feira (18), Bolsonaro voltou a falar sobre o assunto, voltando a atribuir o caso como queima de arquivo. “PS.: quem fará a perícia nos telefones do Adriano? Poderiam forjar trocas de mensagens e áudios recebidos? Inocentes seriam acusados do crime?”, segue comentando no Twiiter.

Reunião

Os governadores dos 19 estados e do Distrito Federal também reclamam da postura do presidente Jair Bolsonaro de se pronunciar sobre temas de alçada estadual sem conversar com os gestores regionais e aproveitaram para convidá-lo para participar do próximo fórum organizado por eles, a ser realizado dia 14 de abril.

“Recentes declarações do presidente da República Jair Bolsonaro confrontando governadores, ora envolvendo a necessidade de reforma tributária, sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados, ora se antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves à conduta das polícias e de seus governadores, não contribuem para a evolução da democracia no Brasil”, afirma o documento.Além de João Azevêdo, assinam a carta os governadores: Gladson Cameli (Acre), Renan Filho (Alagoas), Waldez Góes (Amapá), Wilson Lima (Amazonas), Rui Costa (Bahia), Camilo Santana (Ceará), Ibaneis Rocha (Distrito Federal), Renato Casagrande (Espírito Santo), Flávio Dino (Maranhão), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul), Romeu Zema (Minas Gerais), Helder Barbalho (Pará), Paulo Câmara (Pernambuco), Wellington Dias (Piauí), Wilson Witzel (Rio de Janeiro), Fátima Bezerra (Rio Grande do Norte), Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), João Doria (São Paulo) e Belivaldo Chagas (Sergipe).“É preciso observar os limites institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos exigem.

Equilíbrio, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós. Trabalhando unidos conseguiremos contribuir para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, pela redução da desigualdade social e pela busca por prosperidade econômica. Juntos podemos atuar pelo bem do Brasil e dos brasileiros. Nesse sentido, convidamos o senhor presidente da República para o próximo Fórum Nacional de Governadores, a ser realizado em 14 de abril do ano em curso”, diz a carta. 

Leia a íntegra da carta dos governadores:

CARTA DOS GOVERNADORES EM DEFESA DO PACTO FEDERATIVO

“As recentes declarações do Presidente da República Jair Bolsonaro confrontando Governadores, ora envolvendo a necessidade de reforma tributária, sem expressamente abordar o tema, mas apenas desafiando Governadores a reduzir impostos vitais para a sobrevivência dos Estados, ora se antecipando a investigações policiais para atribuir fatos graves às condutas das polícias e de seus Governadores, não contribuem para a evolução da democracia no Brasil.

É preciso observar os limites institucionais com a responsabilidade que nossos mandatos exigem. Equilíbrio, sensatez e diálogo para entendimentos na pauta de interesse do povo é o que a sociedade espera de nós.

Trabalhando unidos conseguiremos contribuir para melhorar a qualidade de vida dos brasileiros, pela redução da desigualdade social e pela busca por prosperidade econômica. Juntos podemos atuar pelo bem do Brasil e dos brasileiros.

Nesse sentido, convidamos o Senhor Presidente da República para o próximo Fórum Nacional dos Governadores, a ser realizado em 14 de abril do ano em curso.

Foto: José Marques.

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