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Setor de serviços cai 0,4% em dezembro, diz IBGE

O setor de serviços fechou dezembro com queda de 0,4% em relação ao mês anterior e encerrou o ano de 2019 com crescimento de 1,0%, informou nesta quinta-feira (13) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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A expectativa do mercado era que que serviços tivesse crescimento de 1,5% no ano, na projeção da Bloomberg.  

Ainda assim, foi a primeira alta do volume de serviços no país em cinco anos. O setor vinha de sequências negativas desde 2015, tendo permanecido estável em 2018.

Segundo a Folha de S.Paulo, apesar do registro positivo em 2019, o IBGE destacou que o Brasil ainda está longe de recuperar o que perdeu no período da recessão econômica.

“Entre 2015 e 2017 tivemos uma perda acumulada de 11%, então essa alta de 2019 é importante, mas ainda está longe de alcançar o melhor resultado”, afirmou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

Em 2019, o crescimento de serviços foi puxado principalmente pelo registro positivo em informação e comunicação, que acumulou alta de 3,3% no ano.

O setor foi beneficiado pelo bom resultado de portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet, como as ferramentas de busca. “Esse crescimento é justificado também pela forma com que essas multinacionais fazem propaganda nas mídias sociais, o que reflete no aumento da receita”, disse o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo.

A alta em serviços também pode ser creditada aos serviços de locação de automóveis, impulsionados pela mudança no comportamento do consumidor e aumento do número de motoristas de aplicativos. Segundo o IBGE havia divulgado em dezembro, cresceu 29,2% a população que trabalha em veículos em 2018.

Por outro lado, transporte rodoviário de cargas foi um serviço que esteve em queda no ano passado, motivado pelo encolhimento de 1,1% na indústria brasileira. “O setor industrial influencia bastante essa atividade”, explicou Lobo.

O volume de serviços no Brasil já havia caído 0,1% em novembro, interrompendo duas altas seguidas em 2019. Na passagem de novembro para dezembro, três das cinco atividades pesquisadas pelo IBGE caíram.

O destaque negativo ficou com o setor de transportes e correios, pressionado por transporte terrestre, serviços prestados às famílias e serviços profissionais, administrativos e complementares. No período, 16 das 27 unidades federativas recuaram, como Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso, Paraná e Bahia.

Em contrapartida, São Paulo e Rio de Janeiro tiveram os principais resultados positivos do período. O mês de dezembro foi ruim para a economia brasileira.

Além do mau resultado do setor de serviços, a indústria recuou 0,7% frente a novembro, enquanto o varejo apresentou queda de 0,1%. No caso do setor industrial, dezembro marcou a segunda taxa negativa seguida. A queda foi motivada por recuos nos setores de máquinas e equipamentos, além de veículos automotores, reboques e carrocerias.

Três das quatro grandes categorias econômicas, além de 17 dos 26 ramos pesquisados, mostraram redução na produção, de acordo com o IBGE. No ano, a indústria teve retratação de 1,1%, enquanto economistas ouvidos pela agência Bloomberg projetavam uma queda de 0,8% no período.

O tombo foi reflexo do mau desempenho da indústria extrativa, cujo recuo, no acumulado de 2019, chegou a 9,7%. O rompimento da barragem de Brumadinho (MG), tragédia que resultou em 249 mortos e 21 desaparecidos, contribuiu para a queda. Já o varejo interrompeu sete meses seguidos positivos com a retratação registrada em dezembro de 2019.

A queda no mês das vendas de Natal veio na contramão da expectativa do mercado, que projetava alta de 0,2% nas vendas do período, segundo economistas consultados pela Bloomberg. Para o ano, eles estimavam alta de 3,3%, bem acima do crescimento registrado de 1,8%.

De acordo com o IBGE, o recuo do varejo em dezembro pode ser creditado à retração nas vendas nos supermercados, impactadas principalmente pelo aumento do preço das carnes. Excluído esse fator, o varejo teria registrado crescimento, afirma o instituto. Porém, seis das oito atividades pesquisadas tiveram taxas negativas.

Foto: Gabriel Cabral

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