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CRM-PB interdita dois hospitais municipais no Agreste e no Sertão da Paraíba

O Conselho Regional de Medicina (CRM-PB) interditou eticamente os hospitais municipais Doroteia Marques de Aguiar, localizado em Aroeiras, no Agreste paraibano, e Sancho Leite, que fica em Teixeira, no Sertão do estado, nesta quinta-feira (16). As unidades hospitalares foram interditadas após vistorias do CRM-PB, que encontrou irregularidades como falta de médicos e infiltrações nas paredes.

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Em Aroeiras, a fiscalização do CRM-PB constatou que o laboratório da unidade hospitalar só funciona três vezes por semana, e além disso, não há direção técnica. Também foi identificada uma ausência de equipes médicas completas, e outras irregularidades estruturais, como mofo nas paredes.

O diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto Pessoa, explicou que a unidade não pode continuar funcionando dessa maneira. “Infelizmente, um hospital não pode funcionar desta forma. Esperamos que esses problemas sejam resolvidos o mais rápido possível para que a população tenha um atendimento digno”, comentou João Alberto. 

Já em Teixeira, no Sertão da Paraíba, o CRM identificou falta de equipe médica e direção técnica, além de ausência de equipamentos como material cirúrgico, eletrocardiograma, monitor cardíaco, cardioversor e Raio X. Ainda de acordo com o diretor de fiscalização do CRM-PB, João Alberto, o órgão fiscalizador vistoriou o hospital em 2019 e deu um prazo até 31 de dezembro para que a irregularidades fossem resolvidas. No entanto, os gestores não deram respostas ao CRM e na fiscalização realizada nesta quinta (16), os mesmo problemas vistos anteriormente foram identificados.

Nas duas unidades, a assistência aos pacientes que já estão internados continua acontecendo normalmente, mas está proibida a realização de novas internações e atendimentos. Os médicos que atuam nos locais estão impedidos de atuar, pois a interdição será válida a partir das 0h da sexta-feira (17).

Ao Jornal da Paraíba, a secretária de saúde do município de Aroeiras, Ângela Aguiar, informou que até a próxima segunda-feira (20) um diretor técnico será nomeado para atuar na unidade, conforme previsto pelo CRM. A direção do hospital também estuda a possibilidade de uma futura transferência temporária de atendimentos para a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima, já que o CRM questionou a simultaneidade da reforma estrutural e dos atendimentos no local.

Sobre a falta de médicos, a secretária de saúde explicou que a denuncia se tratou de um episódio pontual, registrado pela médica em questão na promotoria da unidade, e com relação ao funcionamento irregular do laboratório, Ângela alegou que a profissional responsável pelo espaço está de férias e deve retornar até a próxima semana, normalizando o funcionamento do local.

Em nota, a Prefeitura Municipal de Teixeira alegou que o hospital não foi interditado por falta de médicos ou medicamentos, e sim “por não atender as exigências para fazer uso da nomenclatura “Hospital”, já que não possui os devidos equipamentos para tal propositura. 

Ainda de acordo com a prefeitura, os atendimentos realizados na unidade hospitalar de Teixeira se adéquam aos feitos em Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s), mas as exigências feitas pelo CRM-PB na vistoria realizada nesta quinta-feira (16) devem ser cumpridas através de uma reforma de ampliação.

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